Pragas & Doenças
► Ácaros
Ácaro Rajado
Ácaro Rajado
Sintomas de ataque e danos: O ataque de ácaros resulta no amarelecimento e queda das folhas. A incidência da praga depende das condições climáticas, sendo mais intenso quando ocorrem temperaturas elevadas e longas estiagens. Além disso, excesso de adubações nitrogenadas, grande número de aplicações de inseticidas piretróides e fosforados para o controle da grafolita e mosca-das-frutas, são fatores que favorecem o aumento populacional da praga na cultura.
Monitoramento: O monitoramento deve ser realizado avaliando-se com auxílio de lupa (10 vezes) de 10 a 40 folhas/planta num total de 10 plantas/pomar.
Controle: Diversos ácaros predadores, principalmente da família Phytoseiidae, são observados predando as espécies fitófagas. A racionalização do controle das pragas-chave, bem como a utilização de inseticidas seletivos aos inimigos naturais, favorecem o estabelecimento dos ácaros predadores, regulando a população dos ácaros fitófagos.
A manutenção de vegetação nas entrelinhas do pomar auxilia no manejo da praga, visto que a eliminação das plantas durante a primavera e verão favorece o deslocamento do ácaro rajado para as plantas de pessegueiro.
Acaricidas registrados para o controle de ácaros na cultura do pessegueiro:
Ácaro branco
Ácaro tropical (Polyphagotarsonemus latus)
Culturas Afetadas: Abacate, Abacaxi, Abóbora, Abobrinha, Algodão, Alho, Anonáceas, Batata, Berinjela, Cacau, Café, Citros, Cupuaçu, Ervilha, Feijão, Feijão vagem, Goiaba, Guaraná, Hortência, Kiwi, Mamão, Manga, Maracujá, Melancia, Melão, Morango, Pepino, Pimenta, Pimenta-do-reino, Pimentão, Quiabo, Romã, Seringueira, Soja, Tomate, Uva.
Sinônimos: Hemitarsonemus latus, Neotarsonemus latus, Tarsonemus latus e Tarsonemus phaseoli
Esta espécie de ácaro é semelhante ao ácaro rajado, polífago e cosmopolita. Além do algodão, causa danos em batata, berinjela, café, citros, feijão, mamão, manga, maracujá, morango, pera, pimentão e uva.
Danos: No algodoeiro, o ácaro provoca perda na produção, devido a redução no número de maçãs e diminuição na qualidade da fibra. Quando o ataque ocorre nas folhas, o sintoma geral é o escurecimento das mesmas e o posterior enrolamento dos bordos para baixo.
Controle: Realizar pulverizações com acaricidas específicos, registrados para as culturas.
Ácaros
Estima-se que existam mais de cem espécies de ácaros que se alimentam de plantas. Eles são classificados nas famílias Eriophyidae, Tetranychidae, Tenuipalpidae, Tarsonemidae, Tuckerellidae e Tydeidae, sendo consideradas pragas somente as quatro primeiras.
O ácaro-rajado (Tetranychus urticae) é de ocorrência comum no Sul do Brasil, enquanto que o ácaro-vermelho-europeu (Panonychus ulmi) ocorre esporadicamente e apenas em algumas localidades (Salles, 1998). Os ácaros vivem em colônias, ocorrendo formas jovens e adultas, especialmente na face inferior da folha, onde se localizam, principalmente junto à nervura central.
O ciclo biológico tem início com a eclosão de ovos hibernantes (ácaro-vermelho) ou pelas posturas provenientes das fêmeas hibernantes (ácaro-rajado), sucedendo-se várias gerações até a queda das folhas. O ciclo de vida envolve as fases de ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto, sendo que cada fase passa por um período ativo no qual o ácaro se alimenta seguido de um período de repouso até sofrer a ecdise. Temperaturas quentes e clima seco favorecem a multiplicação (Salles, 1998). A duração média do ciclo de vida de P. Ulmi em laboratório, sob temperatura de 21ºC é de 9 dias para ovos, 2,7 dias larvas, protoninfa 2,2 dias e deutoninfa 2,7 dias. Após a cópula, 63 a 66% dos ovos são fertilizados dando origem a fêmeas e os 34 a 37% restantes não fertilizados originam machos. Quando a fêmea não é fertilizada, 100% dos ovos originam machos (Boneti et al. 1999).
A temperatura ótima para o desenvolvimento de T. Urticae situa-se na faixa de 30 a 32ºC. Nessas condições o período de incubação dos ovos é de três a cinco dias e o ciclo biológico de oito a doze dias. A fecundidade média das fêmeas está entre 90 e 110 ovos. Fêmeas acasaladas originam machos e fêmeas, e as não acasaladas somente machos (Boneti et al. 1999).