Frutíferas - Pragas e Doenças - Pulgões
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Saiba um pouco mais sobre os Pulgões   

   Existe cerca de 1,5 mil espécie de pulgões que atacam as mais diversas espécies de plantas cultivadas. 
 

  Os pulgões são pequenos insetos sugadores de seiva e que prejudicam as culturas não apenas pela sucção de seiva, mas pela inoculação de toxinas e transmissão de viroses, esta última sendo o dano mais sério.

 Sua reprodução é por partenogênese, ou seja, as fêmeas não precisam ser fecundadas para dar origem a outras fêmeas.
 

  As fêmeas são vivíparas, isto é, não botam ovos. Antes mesmo de chegarem na sua forma adulta já possuem um embrião dentro delas. Esse fato é chamado de “gerações telescópicas”, onde ocorrem imensas populações em um período muito curto de tempo. Mas é possível o nascimento de machos em alguns períodos do ano. Quando isto acontece, ocorre reprodução sexuada (com cópula), dando origem a machos e fêmeas. Os machos também podem aparecer quando existe superpopulação de pulgões em uma única planta hospedeira, a qual está morrendo e que irá futuramente extinguir a população do local.
 

   Os pulgões também mantém relações ecológicas com outros insetos muito mais harmônicas do que com as plantas. As formigas pastoras mantém um interação com os pulgões para obter alimento, devido esses últimos secretarem a substancia adocicada mencionada anteriormente, o “honeydew”. As formigas protegem os pulgões para que os mesmos lhe forneçam alimento, chegam a até estimulá-las fazendo “cócegas” com suas antenas. Com isso os pulgões ganham uma eficiente proteção contra seus predadores, como as joaninhas e parasitoides. Aliás, os afídeos chegam a ser tratados como ovelhas mesmo, guiadas para algumas partes da planta pelas formigas para melhor proteção, chegando a ser carregados na “boca”, podendo em alguns casos serem recolhidas para perto do formigueiro no fim do dia.

 

  Joaninhas e os Crisopídeos são os maiores predadores de pulgões e são muito utilizados para controle biológico de pragas, devido seu apetite voraz por pulgões na sua forma de larva se estendendo para os adultos de joaninhas também.
 

  Os pulgões causam declínio rápido da planta, seca dos galhos a partir das extremidades e folhas amareladas. As radicelas apodrecem, folhas e frutos ficam menores e surgem sintomas de deficiência nutricional.

 

 A extensão dos prejuízos causados pelo pulgão às plantas depende da densidade populacional e do estágio de desenvolvimento, vigor e suprimento de água das plantas.

 

  O inseto infesta a face inferior das folhas, mas também podem ser observadas manchas necrosadas na face superior. Devido à intensa sucção de seiva, eles produzem um volume significativo de excrementos que cobrem as folhas inferiores, deixando-as pegajosas ou cobertas com fumagina.
 

  Um sintoma indireto do ataque dos afídeos é a chamada “fumagina”. Ao alimentarem-se, os afídeos segregam uma substância açucarada que serve, posteriormente, de alimento a um fungo, ou um conjunto de fungos. Estes fungos formam uma capa negra sobre as zonas atacadas que vai reduzir a capacidade fotossintética, a respiração e transpiração da planta, fatores que levam, uma vez mais, a um decréscimo no crescimento e capacidade produtiva das plantas.

Pulgões Verde

Pragas & Doenças

► Pulgões
 

Introdução
Tipos de Pulgões

Transmissão do vírus

 

 O aparelho bucal de um pulgão consiste em dois pares de estiletes flexíveis, ligados pelo lábium. No início da sua alimentação, uma gota de saliva gelatinosa é secretada e injetada nas células vegetais. Os estiletes rapidamente penetram na epiderme e a partir de provas exploratórias, o pulgão podese alimentar neste local temporariamente. A penetração usualmente continua até as camadas mais profundas, seguidas da formação da saliva gelatinosa. Os estiletes geralmente se movem entre as células até alcançar os elementos do floema. Durante a alimentação dos pulgões no floema é secretada a saliva líquida que contém enzimas digestivas. A saliva gelatinosa não é secretada no floema, mas na retirada do estilete, selando o espaço ocupado pelo estilete e causando uma injúria mínima no tecido. A transmissão do vírus pelo pulgão pode ocorrer de diversos modos: 

1 – Não persistente, estiletar:

 

  O modelo mais aceito de transmissão do tipo estiletar propõe que o vírus é retido na parte distal da ponta dos estiletes e é liberado com a secreção da saliva durante a alimentação. A aquisição do vírus é rápida, em um período de poucos segundos a minutos, com o tempo de retenção também curto. As picadas de prova são mais eficientes para a aquisição e transmissão de vírus, pois o vírus fica retido no estilete. A alimentação do pulgão nas plantas decresce a eficiência de transmissão possivelmente pela lavagem do duto do estilete e remoção dos vírus aderidos à parede. Não há passagem transestadial, ou seja, com muda, o vetor perde o vírus que está preso ao estilete. Não há período de latência, assim no mesmo instante que o vírus é adquirido pode ser transmitido à outra planta, não necessitando de circulação no corpo do inseto. O vírus não se multiplica no vetor e não há passagem transovarial. A maioria dos vírus transmitidos por afideos pertence a esta categoria. Exemplos: vírus Y da batata, vírus do mosaico do pepino, vírus do mosaico do feijoeiro, vírus do mosaico da alface, vírus do anel do mamoeiro, etc.

 

2- Semi-persistente

 

  No modo de transmissão semi-persistente, as partículas de vírus ficam ligadas à superfície cuticular do intestino anterior (“foregut” ou estomodéu), que é a região que inclui a bomba de sucção, faringe e o esôfago. Desse modo, o vírus não fica retido no estilete, como os vírus de transmissão não persistente. A aquisição do vírus é mais lenta, necessitando de minutos a horas de alimentação. O vírus é retido por várias horas após a aquisição, mas não requer período de latência.  Não há passagem transestadial e o vírus não está presente na hemolinfa. O vírus não se multiplica no vetor e não há passagem transovarial. O Citrus tristeza vírus (vírus da tristeza dos citros) é transmitido de forma semipersistente.

3- Persistente circulativo não propagativo.

 

  Os vírus circulativos não propagativos são ingeridos, atravessam o tratodigestivo e são liberados na hemocele. Os vírus, então se associam às glândulas salivares acessórias e são transportadas pelas células e liberadas pelo canal salivar. O tempo necessário para aquisição é longo, de horas a dias, e o vetor retém o vírus por dias e semanas. O vírus é transmitido transestadialmente, sendo que o vírus está presente na hemolinfa. Desde a aquisição até a transmissão, o vírus precisa circular no corpo do inseto vetor com um período de latência. O vírus não se multiplica no vetor. Ex: vírus do enrolamento da folha da batata, vírus do topo amarelo do tomateiro.

4 – Persistente circulativo e propagativo.

 

  Os vírus circulativos-propagativos são ingeridos, infectam as células intestinais e subseqüentemente outras células. Estes vírus associam-se às glândulas salivares principais e possivelmente às acessórias antes de serem liberadas pelo canal salivar. O tempo para a aquisição é relativamente longo, necessitando também de um período de latência para sua transmissão. O vírus passa transestadialmente no corpo do inseto, estando presente na hemolinfa. Neste tipo de interação, o vírus multiplicase no vetor e freqüentemente ocorre a transmissão transovarial. Ex: vírus do enfezamento do maracujazeiro e vírus da necrose amarela da alface.

 

 

Controle de Afídeos Vetores

 

 

 A primeira etapa para o controle do vetor de uma doença é sua identificação. A identificação em nível específico é complexa, mas até gênero é relativamente simples e muito importante de ser realizada. Existe uma grande especificidade entre o vírus e o vetor, o que resulta em diferentes graus de eficiência de transmissão, dependendo da combinação. Por exemplo, o pulgão preto Toxoptera citricida é mais eficiente do que o pulgão Aphis gossypii, na transmissão do vírus da tristeza dos citros. Outro ponto importante é que a quantidade de pulgões presentes não está diretamente relacionada à quantidade de plantas infectadas. A eficiência de transmissão é normalmente muito alta e uma pequena quantidade de insetos transmissores pode causar uma epidemia muito séria. A doença pode ocorrer sem se notar à presença do vetor, no caso da cultura ter sido visitada por insetos migratórios não colonizadores.

 

  No caso de vírus não persistentes, o vetor retém o vírus por um período curto de tempo, assim o uso do inseticida tem pouco efeito para se evitar a entrada de vírus na cultura. Para vírus persistentes em que o pulgão é capaz de transmiti-lo para inúmeras plantas, a aplicação de inseticida pode ser útil para reduzir a dispersão de vírus na cultura, diminuindo o número de plantas infectadas. O uso de óleo mineral tem sido bastante útil, para reduzir a dispersão de vírus não persistentes e semipersistentes, provavelmente por interferir com a aderência do vírus no estilete ou estemodéu. Entretanto, o óleo não tem mostrado efeito redutor na transmissão de vírus persistentes.

Armadilha de cor amarela atrai os Pulgões

 Uma barreira de plantas não susceptíveis ao vírus pode ser uma boa alternativa para reduzir a entrada de vírus não persistentes em uma plantação, pois o pulgão pode realizar as primeiras picadas de prova neste hospedeiro e perder os vírus antes de entrar em contato com a planta susceptível. Coberturas de alumínio ou palha podem ser usadas como repelente ou não atrativas para se diminuir a visita de pulgões.

 

  Os pulgões são atraídos pela cor amarela e este fato pode ser usado para se construir armadilhas adesivas de cor amarela e capturar os pulgões alados. Finalmente o uso de tela antiafideo é recomendado principalmente durante a produção de mudas, pois as plantas jovens são mais susceptíveis e os prejuízos são maiores. O tamanho da malha da tela é muito importante para o controle efetivo dos pulgões. O tamanho do orifício da tela para a exclusão do pulgão varia de espécie para espécie, por exemplopara a Aphis gossypii, um pulgão muito pequeno, o orifício da tela precisa ser inferior a 355 micras.

Os pulgões são os principais vetores de vírus de plantas

 

  Os pulgões formam o principal grupo de insetos vetores de vírus de plantas, sendo que aproximadamente metade dos 600 vírus transmitidos por vetores é transmitida pelos pulgões ou afídeos. A família mais importante como vetora de vírus é a Aphididae e sub família Aphidinae, em que se encontram os gêneros Myzus, Macrosiphum, Toxoptera, entre muitos outros. Os pulgões reproduzem-se sexualmente e por partenogênese, gerando indivíduos adultos, ápteros e alados. Os alados são, certamente, as formas mais importantes para a dispersão de vírus. O padrão e velocidade de dispersão da doença na cultura dependem de muitos fatores:

 

 1- A fonte de inóculo: de fora da área da cultura, de plantas infectadas na área advinda de transmissão por sementes ou propagação vegetativa, de ervas daninhas, outra cultura ou restos culturais;

 2- O potencial: O potencial de inoculo disponível;

 3- Natureza e hábito do vetor: se são transitórios ou colonizadores;

 4- Tempo de contaminação: tempo que os vetores tornam se ativos em relação à idade da plantação;

 5- Condições ambientais: São de grande importância os pulgões alados migratórios, particularmente aqueles que se movimentam na cultura no início do plantio. Os vírus são dispersos das plantas infectadas rapidamente no início da cultura quando são poucos pulgões colonizando-as, mas a dispersão é lenta mais tarde, quando os indivíduos ápteros são mais numerosos.

Pulgões x Virus

Pulgão verde (Aphis spiraecola) - Ocorre, principalmente, no início da fase vegetativa e em plantas jovens. O inseto alimenta-se da seiva e injeta substâncias tóxicas que diminuem o crescimento das árvores.
 Corpo globoso e pouco esclerotizado.

 Ninfas: semelhantes aos adultos ápteros porém menores.

 Adultos: podem ser alados ou ápteros. Medem cerca de 1,2 a 2,2 mm de comprimento. Formas ápteras de coloração amarelo-esverdeado, cabeça marrom, sifúnculo marrom-escuro. Formas aladas de coloração amarelo-esverdeado, porém tórax, cabeça e sifúnculos de cor marrom-escuro.

 

Controle:
Controle biológico constatado por Neuroptera: Crysopidae;

Coleoptera: Coccinelidae e larvas de moscas da família Syrphidae.

Pulgão preto (Toxoptera citricidus) - Inseto pequeno de cor escura que afeta brotações, flores e frutos de citros, provocando deformações e contribuindo para o aparecimento de fumagina. É transmissor dos vírus da tristeza dos citros, doença de ocorrência endêmica no Brasil. Provoca danos principalmente em plantas jovens no campo ou em mudas em viveiro. Ataca os brotos terminais, folhas em desenvolvimento e os botões florais. Nas brotações novas podem ocorrer em grandes colônias. 

Controle:
Controle biológico: Diversas espécies são predadoras do pulgão, incluindo joaninhas, tanto na fase de larva quanto na fase adulta. Parasitoides do gênero Aphidius também auxiliam no controle das populações.

Controle químico: Uso de produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura.

Pulgão da falsa crespeira (Brachycaudus schwartzi)

 

  Ataca principalmente as pontas dos galhos e brotos novos do pessegueiro, causando deformações denominadas de “falsa crespeira” das folhas , já que a crespeira verdadeira é causada pelo fungo Taphrina deformans.

 Com a deformação dos ramos, ocorre redução no crescimento, o que pode causar  danos consideráveis em viveiros e plantas jovens.

 O controle desse pulgão pode ser realizado através de pulverizações com inseticidas de contato ou sistêmicos. Em plantas adultas, com mais de 5 anos, o seu dano é desprezível economicamente.

Controle biológico: Este pulgão é atacado por predadores das famílias Cecidomyiidae (como Aphidoletes aphidomyza Rondani) Coccinellidae (especialmente Scymnus (Pullus) argentinicus (Weise) e Syrphidae (como Allograpta neotropica Curran) e por endoparasitoides da família Aphidiidae, como Aphidius colemani Viereck. A praga também é infectada pelo fungo entomopatogênico Erynia neoaphidis Remaudière e Hennebert. O efeito combinado desses inimigos naturais na praga não é conhecido.

Veja agora alguns tipos de Pulgões
Espécies Pulgões

Receitas caseiras para acabar com os Pulgões:

Folhas de Mamão

   Para muitos a Folha do mamão não serve para nada, e no meu tempo de criança a única utilidade era eu arrancar o talo com a folha só para usar o talo para fazer bolas de sabão, já para muitos índios, durante a caça os mesmos cobriam as carnes com a folha do mamão para amaciar a carne. Há também os mais antigos como nossos avós que usavam o suco da folha do mamão como alvejante para clarear as roupas.

 

► Ingredientes 2 a 3 folhas de mamão

► Pedaços do talo do mamão

► 1 Litro de água

► 3 gramas de sabão de coco

Modo de fazer:

 Reserve uns 300 ml para dissolver o sabão, não bata o sabão junto no liquidificador para não espumar, espere uns 10 minutos para que a folha do mamão com os pedaços do talo e espere uns 10 minutos para que libere as substâncias na água,  agora basta coar em um pano, e depois adicionar os 300ml da água com sabão, vale lembrar que sem o sabão também resolve, porem como o sabão ajuda a fixar o suco no pulgão, agora basta colocar no borrifador e mandar fogo nos pulgões.

 

Água de Fumo

 Uma das receitas mais conhecidas aqui no Brasil para esse fim é a água de fumo com sabão, que deve ser pulverizada em toda a planta, dias seguidos, até o total extermínio dos pulgões. Não há uma receita específica para esse remédio popular, mas você pode testar assim:

 

► 1 litro de água

► 10 cm de fumo de rolo, ralado

► ½ sabão em barra, ralado

Modo de fazer:

 Faça um macerado com os componentes e deixe descansar por 24 horas depois do que pode começar a pulverizar sua planta. No caso, o sabão é usado para facilitar a permanência da água de fumo nas folhas e caules.

Veja outras Receitas Simples de Fazer:

 Decocto de alho e decocto de cebola: São remédios caseiros fáceis de preparar. Você deverá cozinhar o alho inteiro, ou as cascas de cebola, em 500 ml de água. Deixe ferver, esfriar e filtrar, depois do que pode ser pulverizado nas plantas.

 Infusão de ervas diversas: Neste caso você pode usar, por exemplo, cavalinha, anis, coentro á razão de um punhado de ervas secas para 1 l de água fervente. Deixe descansar, esfriar, coe e pulverize.

 Água de pimenta: bata no liquidificador algumas pimentas em 2 copos de água. Deixe repousar durante a noite toda.   Na manhã seguinte, coe a mistura e dilua em ais um copo de água. Pulverize à noite, 1 a 2 vezes por semana.

 Macerado de urtiga: apanhar um molho grande de urtigas verdes, novas, que se devem por de molho durante 10 dias.   Mexe-se esse molho diariamente, com uma varinha, até as folhas se separarem do caule. Com esse preparado pode-se regar as plantas infestadas ou pulverizá-las.

Recomendações

  Sempre que pulverizar sua planta infetada, prefira fazê-lo à noite para evitar que o sol interaja com o remédio aplicado podendo causar queimaduras nas folhas.

  A terra em volta das plantas infetadas deve ser revisada, revolvida, limpa de pulgões ou então, regada abundantemente com um dos remédios caseiros indicados acima.

Controle - Caseiro
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